
“Pensei que vinha para mais uma estopada!… Ouvir teorias e banalidades que, depois, não se aplicam à minha realidade! Mas, ainda bem que não tem sido assim…!”
Este tipo de comentário espontâneo que, com crescente frequência, tenho ouvido dos Participantes em sessões de formação e treino profissional, sendo gratificante para mim, não deixa de me preocupar pelo que pode mostrar sobre o enquadramento que lhes é fornecido previamente, e sobre anteriores experiências dessas Pessoas, ao contactarem com ações de Aprendizagem Profissional.
Em meu entender, a facilitação da aprendizagem tem o nobre propósito de contribuir para a evolução pessoal e profissional das pessoas – com o consequente e inevitável retorno do investimento.
Mas as pessoas só mudam, genuinamente, se quiserem! E, para quererem, as pessoas têm de se sentir adequadamente estimuladas – desde logo, pela pertinência, profundidade e pragmatismo dos conteúdos e temas propostos pelo programa e depois, em profunda simbiose, pelo desempenho de quem se apresenta como Facilitador(a).
Com efeito, hoje são crescentemente valorizados os conteúdos que se demonstram verdadeiramente suportados por: Investigação criteriosa; Meios tecnologicamente eficazes; Metodologia envolvente e conectada com a realidade; Ferramentas de apoio à aplicação imediata; Instrumentos sistemáticos de Aferição dos Resultados.
O grande, porque valioso desígnio, a meu ver, de quem se afirma Facilitador da Aprendizagem reside em conseguir que tudo isto seja valorizado e aproveitado pelos Participantes destinatários, conquistando o seu genuíno interesse de molde a que cada uma dessas pessoas sinta que pode beneficiar com a aprendizagem.
O contacto com diferentes realidades geográficas e culturais tem vindo a reforçar-me a convicção de que a qualidade percebida nas iniciativas de aprendizagem profissional, está muito intrinsecamente ligada à Dinâmica Envolvente de Serviço que como Facilitador de Aprendizagem consiga conferir a cada segmento das ações em sala – a começar pela imprescindível conquista da credibilidade e do respeito profissional.
Isto obriga a demonstrar não apenas um sólido conhecimento dos temas – até muito para além do que está nos “manuais” – como e, sobretudo, passa por demonstrar disponibilidade e por confirmar competência para, aceitando diversidades, divergências, críticas e “desabafos”, suscitar nas pessoas o reconhecimento espontâneo da utilidade dos temas ou práticas em análise e, por essa via, conquistar-lhes a consequente adesão para adotarem as melhorias propostas. Isto é servir!
Serve quem se demonstrar imparcialmente capaz de entender e de interpretar as preocupações de cada pessoa para, à luz da sua experiência e das suas competências humanas e profissionais, alargar horizontes quanto à verdadeira dimensão dos desafios pessoais e profissionais com que as pessoas se defrontam e para proporcionar aprendizagem útil e exequível.
Enquanto Facilitador de Aprendizagem, serve quem se predispuser a realizar um criterioso “trabalho de casa”, consubstanciado na adopção das melhores práticas da dinamização de grupos, da comunicação humana e da ciência da psicologia aplicada à mobilização de vontades informadas, conscientes e profícuas.
Servir implica, ainda, superar as nossas retrações naturais e capacitarmo-nos para a mudança – reforçando aptidões para lidar positivamente com alterações inesperadas de contextos físicos e sociais ou até de expectativas sobre o ponto de partida das pessoas (nos grupos) com quem somos chamados a trabalhar.
Desde as impossibilidades físicas de utilizar os meios cuidadosamente preparados, passando pela presença de observadores / assistentes de última hora (em geral, factor de inibição para os Participantes), até aos grupos de Participantes cuja atitude se revela, desde cedo, como de séria reserva, oposição, ou extrema preocupação com mudanças organizacionais recentes cujos impactos se adivinham negativos.
Tudo deve constituir um estímulo para, enquanto Facilitador de Aprendizagem evidenciarmos capacidade de adaptação e darmos ainda maior destaque à nossa disponibilidade para Servir.
É este o aliciante desafio que tenho vivido, ao longo dos meus trinta e poucos anos enquanto Facilitador da Aprendizagem ao serviço da Basilaris – e que me faz querer continuar a viver e evoluir no deslumbrante mundo da Aprendizagem Profissional.