
Trocar Divergências por Compatibilidades
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Que fazer e como fazer quando “quem chega” acha que pode, de imediato, criticar as práticas existentes, e se sente com direito a obter exceções ou ao mesmo estatuto de “quem já cá está” e, até, expressa muito melindre e suscetibilidade quando se lhe comunica as inevitáveis correções e as orientações específicas de alinhamento?
De facto, estão a constatar-se crescentemente preocupantes as repercussões dos processos de seleção e integração profissional de pessoas com diferenças significativas tanto ao nível do background académico quanto ao nível etário.
Normalmente, e em relação a “quem já cá está”, as ditas pessoas são mais novas, não só em idade, mas sobretudo em matéria do que designo pelos Três Pilares da Integração Geracional: Experiência, Sabedoria e Conhecimento da Cultura da Organização na qual são chamadas a integrar-se.
A EXPERIÊNCIA, que inquieta e incentiva às reflexões na base da aprendizagem prática, só pode mesmo ir sendo adquirida com o tempo/idade. Se algo fosse necessário para reforçar esta inevitabilidade, bastaria ponderar no significado da expressão/desabafo/lamentação universal: “se eu soubesse o que sei hoje…”
A SABEDORIA, enquanto conhecimento adquirido à custa da experiência própria e do conhecimento partilhado pelas companhias na jornada, está obviamente para além das qualificações académicas as quais por muito sólidas e merecidas que sejam (e normalmente são) constituem sempre A Plataforma Teórica, seguramente ampla e profunda, para viabilizar ainda melhor a consolidação das melhores práticas.
Obviamente, estes dois pilares não apenas têm valor intrínseco e, por isso, de alguma maneia fazem parte do mensurável no âmbito dos processos de seleção, como são também muito relevantes para “quem já cá está” observar na aplicação das melhores práticas de acolhimento cujo resultado se traduz no espaço/tempo realmente dado para uma aclimatação com poucas ou nenhumas frustrações de parte a parte.
O conhecimento da CULTURA ORGANIZACIONAL, enquanto domínio das razões pelas quais “quem já cá está” adotou, respeita e aplica os hábitos/costumes em vigor na empresa, implica a observância de duas vertentes: Conhecimento do Cargo + Mentalidade de Aprendiz.
O Conhecimento do Cargo passa pelo estudo obrigatório das Especificações do Cargo com as inerentes Principais Regalias e as Principais Responsabilidades; do Histórico do Sucesso da Empresa; do Código de Comportamento; de Quem é Quem e O Que Faz; e dos Processos e Procedimentos de Comunicação gerais e do cargo.
A Mentalidade de Aprendiz de QUEM CHEGA é obrigatória para libertar o bom senso inteligente e, assim, praticar consistentemente o valiosíssimo privilégio de SABER OUVIR – conhecer totalmente a situação, antes de expressar as suas opiniões ou ideias.
Trocar divergências por compatibilidades acontece, ainda mais rapidamente, em consequência do apoio de management a “quem já cá está” para se libertar dos medos e acolher “quem chega” que, por sua vez, deve respeitar o óbvio propósito da sua admissão: Confirmar, pelos resultados do seu trabalho em conformidade com as normas da empresa, as capacidades e qualidades que lhe foram identificadas e justificaram a sua contratação!
Porque, é mesmo “quem chega” que tem de se integrar na organização para a qual muito contribuiu “quem já cá está” e, com bom senso, ir conquistando credibilidade e “tempo de antena” a médio-longo prazo.